Jornalista Nilza Valeria lança “A Casa da Rita” em Estreia de sucesso na FLIP 2025
Coletânea de contos publicada pela Editora Malê, que retrata a potência e a dor de mulheres negras, teve estreia com Casa Kalundú lotada
Em meio à efervescência de uma edição recorde da Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), a jornalista e ativista Nilza Valeria lançou oficialmente seu primeiro livro, “A Casa da Rita”. O lançamento ocorreu em um cenário de grande sucesso para a 23ª FLIP, que registrou um público 10% maior que o do ano anterior e uma forte adesão aos debates propostos. Publicada pelo selo Malê, a coletânea de contos mergulha no universo feminino negro e teve seu lançamento no dia 2 de agosto, na Casa Kalundú – ponto de encontro para a força da literatura afro-brasileira. Ao lado de Nilza Valeria, a mesa contou com as presenças de Juliane Vicente, Sandra Menezes, Estevam Ribeiro e Sinara Rubia.
Em “A Casa da Rita”, todas as protagonistas se chamam Rita e personificam, cada uma a seu modo, fragmentos da mulher negra brasileira. Elas vivem situações de vulnerabilidade, lutas, sonhos e superação, construindo um mosaico de uma brasilidade mais condizente com as vivências das periferias — sejam elas geográficas, econômicas ou da alma.
“O livro era uma ansiedade que estava presa e precisava sair. Ao longo da minha trajetória como jornalista e militante política, ouvi muitas histórias em muitos lugares, e elas sempre esbarravam na minha própria existência enquanto mulher negra. Fui escrevendo os contos com tudo isso na cabeça, uma escolha que é extremamente legítima, já que ninguém pode dizer para nós qual é o nosso lugar.”— Nilza Valeria, autora.
Com uma estrutura envolvente, cada conto tem como pano de fundo uma canção de Chico Buarque. A obra se destaca pela forma original como dialoga com um ícone da cultura brasileira. Para o editor da Malê, a ousadia da autora é o ponto alto:
“Com delicada habilidade, a autora ‘trai’ o homenageado ao subverter o material de origem, enegrecendo as musas do compositor e conferindo-lhes corpos, dores e alegrias que dialogam diretamente com a realidade e a urgência da mulher afro-brasileira.” escreveu na apresentação do livro, Vagner Amaro, editor da Malê e doutor em letras pela PUC-Rio.
A própria escrita de Nilza Valeria reforça essa identidade, criando uma atmosfera única para as narrativas: “A autorialidade é assinada com uma linguagem própria, vivaz e urgente como as falas das ruas, mas sem se descuidar da subjetividade de cada uma das personagens, que ora parecem pedir por socorro, ora por abrigo e em muitos contos, apenas por um pouquinho de descanso e amor.” completa.
Sobre a Autora: Nilza Valeria é jornalista, formada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Trabalhou com comunicação institucional e comunitária na organização internacional Visão Mundial. Atualmente, coordena a Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito e desenvolve produtos de comunicação popular para o fortalecimento da democracia e dos direitos humanos. Integra o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS) da Presidência da República.
Sobre a Casa Kalundú: O Quilombo Literário da FLIP: Ponto de encontro para a força da literatura afro-brasileira, a Casa Kalundú se transformou, durante a FLIP, em um verdadeiro Quilombo Literário. Com uma proposta que uniu arte, resistência e memória, o espaço promoveu reflexões urgentes sobre o racismo e a desigualdade, confrontando a realidade da “senzala moderna” com literatura, afeto e novas formas de organização social. Sua programação contou com dezenas de lançamentos e mesas de debate, reunindo nomes como Claudia Alexandre, Luiz Antônio Simas, Renata Souza, Dani Balbi, Sinara Rubia e Marina Iris, além de outros intelectuais, artistas e editoras independentes comprometidos com a construção de uma cultura antirracista.
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Assessoria de imprensa: Juliana Portella (55 21 982009208 – julianaportellas@gmail.com
